[ABRIL] UM LIVRO POR MÊS: DEPOIS DE AUSCHWITZ + BÔNUS: O DIÁRIO DE ANNE FRANK

14:27

Anne Frank escreveu no final de seu diário, pouco antes de ser capturada, que ainda acreditava que as pessoas tinham bons corações, mas eu me pergunto o que ela pensaria se tivesse sobrevivido aos campos de concentração de Auschwitz e Bergen-Belsen. Minhas experiências revelaram que as pessoas têm uma capacidade única para crueldade, brutalidade e completa indiferença aos sentimentos humanos. É fácil afirmar que o bem e o mal existem dentro de cada um de nós, mas eu vi a realidade de perto, e isso me levou a uma vida de questionamentos sobre a alma humana.”

O livro desse mês é o DEPOIS DE AUSCHWITZ, de Eva Schloss, ‘o emocionante relato da irmã de ANNE FRANK que sobreviveu ao holocausto’. Bem, vamos começar pelo título: sim, a autora irá se focar no que aconteceu depois do evento, e não, ela não era irmã de Anne Frank. E eu acho que é aí que o erro começa.
Quando se pensa em documentos históricos da Segunda Guerra Mundial, um dos mais populares acaba sendo o Diário de Anne Frank – que irei detalhar ali embaixo – e eu acho que esse subtítulo meio que foi escrito dessa forma para chamar mais atenção (apenas especulação). Já irei esclarecer que, na verdade, a mãe de Eva, após a Guerra, se casa com Otto Frank, pai de Anne, e o ajuda a construir um legado de sua filha, e por isso essa coisa de 'irmã'. Pronto, agora podemos voltar pra história de Eva.


  Tentarei dar uma resumida e evitar qualquer spoiler (pra caso você seja como eu, e nunca tenha conhecido a história dela antes).
Eva Schloss nasceu na Áustria em 1929 e permaneceu lá até a chegada dos nazistas em Viena. Ela então se mudou para a Bélgica com sua mãe e seu irmão, enquanto seu pai administrava uma empresa na Holanda. Ela permaneceu lá até conseguir um visto, e então, passou um dos períodos mais felizes que ela poderia se lembrar, em Amsterdã.
Mas é claro que ameaça nazista continuava ali, e logo ela viu sua família se dividindo e indo morar -se esconder- na casa de pessoas estranhas, as quais não se sabiam até que momento a solidariedade duraria. 
   Por conta de alguns acontecimentos, a família foi enviada para o campo de Auschwitz-Bikernau onde foi separada e, no livro, ela relata como foram esses momentos e como ela conseguiu sobreviver tudo aquilo.
    E então, chegamos na parte que interessa: o DEPOIS.
  Pra onde ela foi? Como viveu? Quais as marcas que a guerra lhe deixou? Como ela superou (se é que superou)?
  Se vocês já leram 'Maus', de Art Spiegelman, irão se lembrar que a obra também leva muito em base como Vladek fica após a guerra. Acho que essa que é a melhor parte de ler relatos assim, porque acabamos vivenciando algo pelo qual devemos lutar para não se repetir.


  Tem um trecho que eu gosto muito que ela escreve assim: "Naquele momento, decidi que eu não seria uma vítima, apesar de tudo o que havia acontecido comigo. Nunca permitiria a mim mesma ter uma mentalidade dessas - era quase como aceitar o papel de total desamparo que os nazistas queriam que sentíssemos. Eu não era impotente. Eu era uma sobrevivente." É com esse pensamento que Eva várias vezes fez discursos para diferentes pessoas, em diferentes lugares, sobre o que ela passou e como tem sobrevivido.
  Bem, é por isso e por outras coisas que eu recomendo muito o livro. Eu acho que um dos pequenos problemas dele é que muitas vezes a autora não consegue te conectar tanto, como se você estivesse presenciando aquilo apenas, e não 'fazendo parte' (me entenderam né?).
  Queria agradecer imensamente à Meyrelise e Andressa, que me deram esse livro maravilhoso. ><





BÔNUS: O DIÁRIO DE ANNE FRANK

   Malu, a ideia não era apenas um livro por mês? 
  Bem, é! Eu acabei emprestando o livro da minha prima (obrigada Nilane <3) e relendo, porque em Depois de Auschwitz o diário acaba muitas -e muitas- vezes sendo citado e deu uma vontade enorme de lê-lo, depois de 5 anos da minha primeira leitura. E já que reli, decidi recomendar. :3
   Pra quem não conhece, Anne Frank era uma adolescente judia, que passou uns anos escondida com sua família e com mais algumas pessoas, durante a ocupação nazista na Holanda. 





   No esconderijo, conhecido como Anexo Secreto, ela encontra em seu diário uma amiga, a qual ela chama de Kitty, que pode compartilhar tudo, desde a rotina que eles precisavam seguir para não despertar suspeitas, como os seus sentimentos mais íntimos, apresentando uma garota sensível que queria se tornar uma escritora e fazer algo com sua vida que fizesse diferença.



Anne Frank acabou sendo capturada juntamente com todos do Anexo, e morreu com 15 anos no campo de concentração Bergen-Belsen vítima de tifo. Após ser informado, seu pai, o único sobrevivente do esconderijo, decidiu publicar o diário para que todas as pessoas possam ter o conhecimento do quão doloroso pode ser uma guerra, e que ela nunca deve acontecer novamente.
Eu sinceramente acho que, se você ler apenas um livro na sua vida, que seja esse! É um dos meus livros favoritos e eu recomendo sempre pra todos que eu conheço.




~ O papel tem mais paciência que as pessoas. - Anne Frank ~

O próximo livro será > O Dragão de Gelo, de George R.R. Martin <

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2 comentários

  1. ótimo artigo, nunca havia ouvido falar da Eva Schloss.

    Não sei se já tem aqui no blog, mas caso não tenha, faça eventualmente uma análise dos 5 livros originais do Guia do Mochileiro das Galaxias :D

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    1. Obrigada pela dica! Já estava mesmo pensando em terminar de lê-los nesse ano ><

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