ENTREVISTA COM O ÍDOLO: O GRANDE BEYRUTH

18:19

  Já ouviram falar de Danilo Beyruth? 
  Bem, quem me conhece eu sei que já ouviu, porque é o artista de que mais falo e mais elogio. A razão? Os desenhos dele me impressionaram tanto que eu sempre cito o artista.

Tudo começou quando um amigo meu viu uma HQ na biblioteca da minha universidade e me mostrou. Não pensei duas vezes e levei para a minha casa, sem saber direito sobre do que se tratava. Mal sabia eu que eu iria me apaixonar (até mudei  na época o meu username no twitter para o nome do HQ, @necronauta, e está assim até hoje). Desde então venho acompanhando os trabalhos do artista que vem juntando prêmios em sua carreira.

Então, é claro que uma hora ou outra ele estaria por aqui. Foi só o tempo de poder conversar com ele e trazer algumas coisas a mais para vocês!



E VAMOS PARA A ENTREVISTA:
GR: Onde o desenho começou na sua vida? 
DB: Começou muito cedo, desde de criança. Sempre fez parte e eu sempre soube que ia fazer alguma coisa relacionada com desenho. Ser médico, engenheiro, astronauta nunca foi uma opção. SEMPRE soube que ia trabalhar com desenho, mas o lance da HQ só veio mais tarde. Tive um momento onde queria fazer animação, mas passou quando percebi que era um trabalho mais repetitivo e que exigia um disciplina enorme. 

GR: E em que momento isso se tornou não só um hobbie pra virar um trabalho?
DB: Virou trabalho com 17 anos e eu comecei a estagiar numa agência de propaganda fazendo ilustração e storyboards.


GR:  Como é pra você ter seu trabalho distribuído em escolas e universidades por todo o país, podendo ser lido por crianças, jovens e adultos?
DB: É muito legal e é engraçado, mas isso de ter seu trabalho em bibliotecas é fantástico por que te dá chance dele ser apresentado para novos leitores por anos e anos, mas ao mesmo tempo é uma coisa que você e não vê e não dá pra quantificar por quantas mãos o seu gibi passou.

GR: Quem são os artistas que te inspiraram no traço do seu desenho?
DB: Frank Miller, John Byrne, Klaus Janson, Jack Kirby, Alex Toth, Goran Parlov, Jordi Bernet, Milton Caniff e muitos outros.


GR: Se tivesse alguém com quem você desejasse fazer um trabalho em conjunto, quem seria? 
DB: Alan Moore ou Warren Ellis.

GR: Entre as histórias em quadrinhos que você já fez, qual delas você mais gostou de desenvolver? E qual deu mais trabalho e por quê?
DB: São Jorge foi a mais trabalhosa em termos de volume. Acho que a que mais gostei é uma hq curta que fiz para a Fierro Brasil chamada Cannibal Lunchbox.


GR: Há projeto de seus trabalhos serem lançados em outro país? Ou algum já foi lançado lá fora?
DB: Bando de dois saiu na Argentina. Astronauta Magnetar saiu em Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha. Tenho uma Hq do necronauta que saiu numa coletãnea da Image e uma história curta no universo do seriado Falling Skies que saiu pela Dark Horse.

GR: Eu preciso perguntar: de onde surgiu o 'salva-vidas de mortos'? Quando li, achei um tanto quanto engraçado, mas ao mesmo tempo espetacular, porque nunca tinha visto nada como ele.
DB: A primeira coisa que surgiu foi o nome. A partir dai fui criando o resto pra justificar esse nome. Curto o universo de terror e de super heróis e juntei os dois. Foi uma coisa que foi crescendo sem muita pretensão.


GR: Se você tivesse algum poder, qual seria? 
DB: Imortalidade. Queria term muiiiito tempo pra continuar trabalhando.

GR: Qual é seu personagem de história em quadrinhos preferido?
DB: Difícil, mas tenho um fraco pelo Quarteto, Jonah Hex, Motoqueiro Fantasma e pelo Tio Patinhas.




GR: Como foi trabalhar com um personagem que já existia, o astronauta, e poder moldá-lo do seu jeito?
DB: Eu praticamente cresci vendo uma geração de autores reescrevendo e redefinindo personagens tradicionais. Frank Miller com o Demolidor e o Batman, Alan Moore no monstro do Pântano, John Byrne no Superman. Pra mim foi uma chance de trabalhar um personagem dessa mesma forma. Foi muito legal.




GR: Como está sendo o lançamento de São Jorge?
DB: Muito bom, tenho recebido muitos comentários positivos, e alguma cobrança pelo segundo numero. Está tudo feito a espera da Panini mandar pra gráfica.

GR: Se o Bando de Dois virasse um filme, quem você escalaria para o elenco? (pergunta do leitor Luis Fernando de Jesus)
DB: Fabio Lago como Tinhoso e Milhem Cortaz como Cavêra.




GR: Para quem gostaria de seguir o caminho de quadrinista no Brasil, o que você aconselharia? (pergunta da leitora Isah Broadus)
DB: Comece logo. Não fique esperando. Vá atrás do que você acha que precisa aprender, seja roteiro, desenho (perspectiva, anatomia, narrativa) e comece a produzir. A experiência fazendo uma HQ independente ajuda muito a ter a percepção de todo o processo. E ande sempre com um caderno e lápis para anotar QUALQUER ideia que tenha.


GR: Como o Garota Radioativa é um blog de recomendações, nos conte Danilo, quais seriam os HQ's, filmes, livros e bandas que nos recomendaria?

HQ: Bakune Young

Filme: Perdita Durango

Livro: Cantiga de ninar de Chuck Palhaniuk

Banda: CLUTCH



   Queria agradecer imensamente pelo tempo que o Danilo gastou respondendo essas perguntas, e dizer  para você leitor, dar uma conferida nos trabalhos do artista. Confiem em mim, vocês irão amar!

  Pra quem estuda na UTFPR-PG, eu já aviso que vocês podem encontrar o Necronauta e o Bando de Dois na biblioteca, lá perto da literatura, mas numa outra prateleira. Tem vários outros HQ's lá também, e a galera nem sabe disso. E se você estudar em outro lugar, dê uma procurada na sua biblioteca porque pode haver um exemplar lá esperando para ser folhado por ti. 


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1 comentários

  1. Bacana a entrevista! :D

    Danilo Beyruth é um cara muito talentoso mesmo, diria até que um dos melhores dessa nova geração que vem inundando o mercado nacional de uns tempos pra cá

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Acompanhe-nos! :3

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